sábado, 27 de novembro de 2010

Botânica- Transpiração.

A transpiração para as plantas é um mal necessário. Mal porque a planta perde água e necessário porque a transpiração permite a entrada de CO2, importante para a fotossíntese.

A principal estrutura celular responsável por regular a transpiração (eliminação de água na forma de vapor) são os estômatos. São constituídos por duas células-guarda (ou células estômáticas), que delimitam a abertura do estômato, o ostíolo, duas células anexas (ou companheiras ou subsidiárias), que envolvem as células-guarda e uma câmara subestomática.
O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos envolve vários fatores.

- O espessamento da parede das células-guarda voltada para o ostílo é maior que a parede oposta, delgada. Essa diferença na espessura permite o movimento de abrir e fechar das células.

- As células- guarda possuem cloroplastos, portanto, realizam fotossíntese. À luz do dia ocorre fotossíntese e o dióxido de carbono proveniente da atmosfera é consumido durante a reação. Ao redor da planta, portanto, o ambiente torna-se ligeiramente alcalino, permitindo que a enzima fosfolirase transforme o amido em glicose. Por ser mais solúvel, a glicose aumenta a pressão osmótica das células-estomáticas, que absorvem água por osmose das células companheiras, aumentando a sua turgescência e abrindo. Durante a noite, há maior liberação de dióxido de carbono do que o seu consumo, tornando o ambiente em torno da planta ligeiramente ácido. Sob esse pH, a enzima fosfolirase transforma a glicose em amido, que por não ser muito solúvel, diminui a pressão osmótica das células-guarda, diminuindo a sua turgescência e determinando o fechamento do estômato.

- Além do mecanismo de transformação do amido em glicose e vice-e-versa, o transporte ativo de íons POTÁSSIO das células companheiras para a células-guarda também aumenta a turgescência das células estomáticas, permitindo a sua abertura. O desequilíbrio de cargas é compensando pelo movimento de íons cloro.

Em suma, para explicar o mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos basta dizer que:
Quando as células-guardas recebem luz, há ingresso de íons potássio, aumentando a pressão osmótica. As células estomáticas ganham água por osmose ficando túrgidas e o estômato abre. No escuro, os íons potássio abandonam as células-guarda que, menos concentradas, perdem água por osmose, ficam flácidas e o estômato fecha.

Plantas aquáticas totalmente submersas não apresentam estômatos e plantas aquáticas flutuantes apresentam estômatos apenas na epiderme superior.

TEORIA DE SUCÇÃO DE DIXON.

A transpiração estomática está intimamente relacionada ao transporte de seiva inorgânica pelo xilema. A transpiração eleva a pressão osmótica das células foliares que passam a sugar água dos vasos do xilema. Sujeita a essa força de sucção, a água circula, numa coluna contínua, da raiz até as folhas. Nas raízes, os vasos xilemáticos retiram água das células que estão ao seu redor. A água passa de célula para célula até que, finalmente, é absorvida do solo.

Segundo a Teoria de Dixon, a coluna líquida, no interior dos vasos condutores, se mantém contínua, não ocorrendo quebras. A continuidade da coluna líquida é mantida pela força de coesão, que unem as moléculas de água entre si, e pelas forças de adesão, que unem as moléculas de água às paredes dos vasos do xilema.

Além da força de sucção, resultado direto da transpiração, existem outros dois fatores que auxiliam no transporte de água ao longo do xilema de plantas traqueófitas. São eles: capilaridade e pressão positiva da raiz.

A capilaridade refere-se ao fenômeno físico de movimento da água por um tubo fino e de extremidade aberta, apenas pelo seu contato com as paredes do tudo. O segundo refere-se ao transporte ativo de íons pela raíz, que a torna hipertônica, resultando em uma pressão osmótica positiva.

Além do transporte de água, a pressão positiva da raiz também explica a exsudação e a gutação. A exsudação consiste na saída de água quando há corte do caule e gutação, na eliminação de água em estado liquido através dos hidatódios.

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