terça-feira, 14 de dezembro de 2010

As relações entre os seres vivos.

RELAÇÕES HARMÔNICAS.
Não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há benefício pelo menos para uma delas.

A) RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS ( homotípicas)- são aquelas que ocorrem entre organismos de uma mesma espécie.

I) COLÔNIAS: são constituídas por organismos de uma mesma espécie que se mantêm anatomicamente unidos entre si. A formação das colônias é determinada por um processo repeodutivo assexuado, o brotamento (ou gemulação).

* Colônias homomorfas: Tais colônias são constituídas por indivíduos iguais que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a chamada divisão de trabalho.
ex: colônias de espongiários, de protozoários, de cracas (crustáceos), recifes de corais (celenterados) etc


cracas (colônia homomorfa)

* Colônias heteromorfas: são constituídas por indivíduos morfologicamente diferentes, com funções distintas, caracterizando a chamada divisão de trabalho fisiológico. Quando formadas por dois tipos de organismos, tais colônias são chamadas de dimórficas. Como exemplo, citaremos a Obelia, uma colônia de celenterados, na qual aparecem dois tipos de indivíduos: gastrozóides, para a nutrição, e gonozóides, para a reprodução.

Colônias polimórficas são estruturadas por vários tipos de indivíduos adaptados a distintas funções. Como exemplo clássico aparecem as 'caravelas', complexas colônias de celenterados. Uma caravela apresenta um pneumatófaro, vesícula cheia de gás que funciona como flutuador. Dela partem indivíduos especializados para nutrição (gastrozóides), reprodução (gonozóides), natação (nectazóides) e defesa (dactilozóides).

II) SOCIEDADE: são associações de indivíduos da mesma espécie que não estão unidos, ou seja, ligados anatomicamente, e formam uma organização social que se expressa através do cooperativismo (divisão de trabalho).
Sociedades altamente desenvolvidas são encontradas entre os insetos sociais, representados por cupins, vespas, formigas e abelhas.


B) RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS ( heterotípicas).
São aquelas que ocorrem entre organismos de espécies diferentes.

I) Protocooperação.
Também conhecida como cooperação, trata-se da associação entre duas espécies diferentes na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associação não é indispensável à sobrevivência, podendo cada espécie viver isoladamente.

a) caranguejo bernado- eremita e anêmona.
O caranguejo bernado trata-se de um crustáceo marinho que apresenta o abdômen mole e desprotegido de exoesqueleto.
A fim de proteger o abdômen, o bernardo vive no interior de uma concha vazia de um caramujo. Sobre a concha aparecem anêmonas, celenterados (pólipos) providos de tentáculos que eliminam substâncias urticantes. A anêmona é transportada por ele, o que facilita a captura de alimento; em troca, protege, através de seus tentáculos, o crustáceo contra a ação de predadores.

b) Pássaro- palito e crocodilo.
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nutrindo-se de restos alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua porque, em troca do alimento, o pássaro livra o crocodilo dos parasitas.


c) Anu e gado.
O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pelo do gado, capturando-os diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.



II) Mutualismo: Trata-se de uma associação íntima com beneficiamento mútuo. É mais íntima do que a protocooperação, pois é necessária á sobrevivência das espécies que não podem viver isoladamente.

a) Líquenes: ASSOCIAÇÃO DE FUNGOS E ALGAS (cianobactérias ou clorofíceas)

b) Micorriza: ASSOCIAÇÃO DE FUNGOS E RAÍZES.

c) Bacteriorriza: ASSOCIAÇÃO DE BACTÉRIAS E RAÍZES.
Associação entre as bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de leguminosas. Importante para o ciclo do nitrogênio.

d) Cupins e protozoários: Os térmitas ingerem a madeira, mas não conseguem diferir a celulose, pois não possuem a celulase, enzima que a digere. No tubo digestório do cupim, existem protozoários flagelados capazes de realizar tal digestão.

e) Bactérias e ruminantes: na primeira cavidade do estômago dos ruminantes (pança) encontram-se bactérias simbiontes que, por meio da fermentação, degradam a celulose.

III) Comensalismo:
No comensalismo, uma espécie chamada comensal se beneficia, enquanto a outra, chamada hospedeira, não leva nenhuma vantagem.
Um caso típico é a rêmora, ou peixe-piolho, que vive como comensal do tubarão;

IV) Inquilinismo:
É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hospedeira), sem prejudicá-la.

a) O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores abrigando-se no interior dos pepinos-do-mar, sem prejudicá-los.

b) Epífitas são plantas que crescem sobre os troncos de plantas maiores, sem parasitá-las.
São epífitas as orquídeas e bromélias, que, vivendo sobre árvores, obtém maior suprimento de luz solar.

RELAÇÕES DESARMÔNICAS.
Caracterizam-se por beneficiar um dos associados e prejudicar o outro.

I) RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS (homotípicas).

a) COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA:
É a relação que se estabelece entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento.

b) CANIBALISMO:
Canibal é o indivíduo que mata e come o outro da mesma espécie.
O canibalismo pode ocorrer em ratos, quando existe falta de espaço.

II) RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS (heterotípicas):

a) COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA:
A competição entre espécies diferentes se estabele quando tais espécies possuem o mesmo habitat e o mesmo nicho ecológico.

b) PREDATISMO:
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie diferente.

c) AMENSALISMO:
Amensalismo é um tipo de associação em que uma espécie, chamada amensal, é inibida no crescimento ou na reprodução por substâncias secretadas por uma outra espécie, chamada inibidora.
A relação pode ser exemplificada pelos dinoflagelados causadores da maré-vermelha.
Outro caso é representado pelos fungos (inibidores) que produzem antibióticos, impedindo o desenvolvimento de bactérias (amensais).

d) PARASITISMO:
Neste caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou no interior de outra, designada hospedeiro. O parasita alimenta-se do hospedeiro, podendo até matá-lo.

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