segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Ensaio sobre a Cegueira- José Saramago

Enredo: súbita e inexplicável epidemia de cegueira.

O filme inspirado no livro é um bom começo para quem deseja iniciar a leitura. Em geral, as cenas são bem fiéis a escrita de Saramago.

Pode-se afirmar que a obra é difícil de ser lida, não apenas pelo seu contexto filosófico, mas pelo estilo de José Saramago: as falas entre vírgulas forçam o leitor a um verdadeiro mergulho em suas ideias, pois é impossível parar em meio às ideias do autor. As cenas são rápidas e sem percerber um número considerável de pessoas já havia sido contamido pela "cegueira branca".

Saramago opta pelo anonimato das personagens, como uma maneira de universalizar a experiência, abrangendo todas as pessoas, todos os nomes. Os personagens, portanto, são conhecidos por suas particularidades.

- "Mulher do Médico" - É a única que pode ver as belas e horrorosas imagens descritas pelo autor. Ela não sabe se é abençoada ou amaldiçoada por poder enxergar em uma terra de cegos.
A sua imunidade é inexplicável, como se sua bondade, sua preocupação com o marido a impedisse de contrair a moléstia.

- "Velho da Venda Preta" - Relata o que acontece do lado de fora do manicômio, através das notícias do rádio e do que via quando ainda estava do lado de fora. É ele que abre os olhos do leitos para a realidade do mundo, o caos que se instalou pela cidade, as atitudes impensadas de quem estar no poder, tentado isolar o problema ao invés de estudá-lo.
O velho da venda preta é um personagem que, simbolicamente, representa aquele que possui sabedoria e poder de análise, ao refletir a respeito da cegueira e do caos instalado. Além da velhice, que lhe acumula experiência, o personagem usa uma venda, carregada de significação, pois, por ser um símbolo de cegueira, é também uma forma de mostrar que o personagem está imune à superficialidade das aparências físicas. Isso faz com que ele se interiorize, pois sua venda tapa o vazio em seu rosto, deixado pela perda de um olho, como também resguarda o personagem de julgamentos baseados no aspecto corporal. Isso é ainda mais reforçado pelo fato do velho da venda preta sofrer de catarata no olho que lhe resta. Velho, cego de um olho e ainda vítima de catarata, o velho da venda preta está fechado ao mundo corrompido pelas máscaras sociais e, embora vítima da cegueira branca, conserva consciência sobre o horror a que ele e os demais cegos estão submetidos.
O velho da venda preta é um personagem que, simbolicamente, representa aquele que possui sabedoria e poder de análise, ao refletir a respeito da cegueira e do caos instalado. Além da velhice, que lhe acumula experiência, o personagem usa uma venda, carregada de significação, pois, por ser um símbolo de cegueira, é também uma forma de mostrar que o personagem está imune à superficialidade das aparências físicas. Isso faz com que ele se interiorize, pois sua venda tapa o vazio em seu rosto, deixado pela perda de um olho, como também resguarda o personagem de julgamentos baseados no aspecto corporal. Isso é ainda mais reforçado pelo fato do velho da venda preta sofrer de catarata no olho que lhe resta. Velho, cego de um olho e ainda vítima de catarata, o velho da venda preta está fechado ao mundo corrompido pelas máscaras sociais e, embora vítima da cegueira branca, conserva consciência sobre o horror a que ele e os demais cegos estão submetidos.

- " A Rapariga dos Óculos Escuros"

- " Primeiro Cego"

- "Menino Estrábico"

O livro retrata a reificação do homem perante a perda da visão. Existe na obra uma sutil diferença entre ver e olhar. O olhar no sentido da percepção visual, uma consequência física do sentido humano da visão. O ver como uma possibilidade de observação atenciosa, de exame daquilo que é visto. Essa diferença é posta na epígrafe da obra: "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara". O reparar, portanto, não é nada mais do que se libertar da superficialidade da visão para aprofundar o interior do que é o homem e, finalmente, conhecê-lo.

Diante da epidemia de cegueira que se espalhou entre a população, o governo opta por colocar em quarentena aqueles que apresentavam a doença e aqueles que tiveram contato com os doentes. O lugar escolhido foi um manicômio desativado. A partir de então, as personagens entregam-se aos seus instintos mais primitivos, quebrando o limite entre civilização e barbárie.

A obra de Saramago, porém, vai muito além daquilo que inicialmente percebemos ao ver o filme ou ler a obra. A sua obra é composta por uma série de alegorias e de significados filosóficos. A começar pela cegueira.

A cegueira branca pode ser vista como uma alegoria da alienação por que passam as sociedades capitalistas do século XX e o manicômio, uma alegoria do poder. Entende-se poder como aquele definido por Foucault, ou seja, uma rede produtiva, que para ser mantida conta com mecanismos de força aceitos pela população. E por que são aceitos? É essa cegueira branca que aliena as pessoas e faz com que aceitem a hierarquia do poder.

Ao recobrarem a visão, começa a parecer "uma história doutro mundo aquela em que se disse, Estou cego" e os momentos críticos vividos enquanto estavam sem visão perdem-se da memória por causa da euforia de terem voltado a ver, o que bem pode apontar para a permanência da cegueira, não mais física, mas como um sinal de que a alienação continua presente entre os personagens. No filme é possível observar que o único que não ficou contente com a cura do Primeiro Cego é o Velho da Venda Preta, pois sabe que aquela euforia representava a continuidade da alienação pelo esquecimento.


A não localização geográfica e a falta de demarcação temporal presentes em Ensaio sobre a Cegueira ampliam a abrangência da narrativa, pois a cidade fictícia pode ser uma representação de qualquer cidade onde imperam as contradições imanentes ao capitalismo avançado. Através dessa falta de referência espaço-temporal e do jogo entre desumanização e humanização presente na narrativa, Saramago convida o leitor a uma revisão de valores e a uma tomada de consciência a respeito da situação do homem enquanto cidadão do mundo. Isso porque, como vimos, na destruição da barbárie, é possível haver humanização por meio do resgate da memória, da solidariedade e por meio também da libertação das máscaras sociais, que alienam e aprisionam.


A igreja com os santos de olhos vendados pode ser caracterizada como um dos momentos poéticos da obra: se os céus não vêem, que ninguém veja, numa alusão velada às idéias do filósofo Friderich Nietzshe, "se deus está morto, então tudo posso".
Saramago ainda brinca com a imaginação do leitor nas últimas linhas, deixando implícita a cegueira daquela que foi a única que viu em meio à treva branca, justamente no momento em que todos recuperam, aos poucos, a visão.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dicas Botânica.

I) Os inseticidas organoclorados apresentam efeito cumulativo nos ecossistemas. É armazenado no tecido gorduroso dos animais e é de difícil eliminação. Assim, a tendência é de haver aumento da concentração nos tecidos dos consumidores dos últimos níveis tróficos, que, por possuirem maior porte, apresentam maior quantidade de tecido gorduroso.

As relações entre os seres vivos.

RELAÇÕES HARMÔNICAS.
Não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há benefício pelo menos para uma delas.

A) RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS ( homotípicas)- são aquelas que ocorrem entre organismos de uma mesma espécie.

I) COLÔNIAS: são constituídas por organismos de uma mesma espécie que se mantêm anatomicamente unidos entre si. A formação das colônias é determinada por um processo repeodutivo assexuado, o brotamento (ou gemulação).

* Colônias homomorfas: Tais colônias são constituídas por indivíduos iguais que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a chamada divisão de trabalho.
ex: colônias de espongiários, de protozoários, de cracas (crustáceos), recifes de corais (celenterados) etc


cracas (colônia homomorfa)

* Colônias heteromorfas: são constituídas por indivíduos morfologicamente diferentes, com funções distintas, caracterizando a chamada divisão de trabalho fisiológico. Quando formadas por dois tipos de organismos, tais colônias são chamadas de dimórficas. Como exemplo, citaremos a Obelia, uma colônia de celenterados, na qual aparecem dois tipos de indivíduos: gastrozóides, para a nutrição, e gonozóides, para a reprodução.

Colônias polimórficas são estruturadas por vários tipos de indivíduos adaptados a distintas funções. Como exemplo clássico aparecem as 'caravelas', complexas colônias de celenterados. Uma caravela apresenta um pneumatófaro, vesícula cheia de gás que funciona como flutuador. Dela partem indivíduos especializados para nutrição (gastrozóides), reprodução (gonozóides), natação (nectazóides) e defesa (dactilozóides).

II) SOCIEDADE: são associações de indivíduos da mesma espécie que não estão unidos, ou seja, ligados anatomicamente, e formam uma organização social que se expressa através do cooperativismo (divisão de trabalho).
Sociedades altamente desenvolvidas são encontradas entre os insetos sociais, representados por cupins, vespas, formigas e abelhas.


B) RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS ( heterotípicas).
São aquelas que ocorrem entre organismos de espécies diferentes.

I) Protocooperação.
Também conhecida como cooperação, trata-se da associação entre duas espécies diferentes na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associação não é indispensável à sobrevivência, podendo cada espécie viver isoladamente.

a) caranguejo bernado- eremita e anêmona.
O caranguejo bernado trata-se de um crustáceo marinho que apresenta o abdômen mole e desprotegido de exoesqueleto.
A fim de proteger o abdômen, o bernardo vive no interior de uma concha vazia de um caramujo. Sobre a concha aparecem anêmonas, celenterados (pólipos) providos de tentáculos que eliminam substâncias urticantes. A anêmona é transportada por ele, o que facilita a captura de alimento; em troca, protege, através de seus tentáculos, o crustáceo contra a ação de predadores.

b) Pássaro- palito e crocodilo.
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nutrindo-se de restos alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua porque, em troca do alimento, o pássaro livra o crocodilo dos parasitas.


c) Anu e gado.
O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pelo do gado, capturando-os diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.



II) Mutualismo: Trata-se de uma associação íntima com beneficiamento mútuo. É mais íntima do que a protocooperação, pois é necessária á sobrevivência das espécies que não podem viver isoladamente.

a) Líquenes: ASSOCIAÇÃO DE FUNGOS E ALGAS (cianobactérias ou clorofíceas)

b) Micorriza: ASSOCIAÇÃO DE FUNGOS E RAÍZES.

c) Bacteriorriza: ASSOCIAÇÃO DE BACTÉRIAS E RAÍZES.
Associação entre as bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de leguminosas. Importante para o ciclo do nitrogênio.

d) Cupins e protozoários: Os térmitas ingerem a madeira, mas não conseguem diferir a celulose, pois não possuem a celulase, enzima que a digere. No tubo digestório do cupim, existem protozoários flagelados capazes de realizar tal digestão.

e) Bactérias e ruminantes: na primeira cavidade do estômago dos ruminantes (pança) encontram-se bactérias simbiontes que, por meio da fermentação, degradam a celulose.

III) Comensalismo:
No comensalismo, uma espécie chamada comensal se beneficia, enquanto a outra, chamada hospedeira, não leva nenhuma vantagem.
Um caso típico é a rêmora, ou peixe-piolho, que vive como comensal do tubarão;

IV) Inquilinismo:
É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hospedeira), sem prejudicá-la.

a) O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores abrigando-se no interior dos pepinos-do-mar, sem prejudicá-los.

b) Epífitas são plantas que crescem sobre os troncos de plantas maiores, sem parasitá-las.
São epífitas as orquídeas e bromélias, que, vivendo sobre árvores, obtém maior suprimento de luz solar.

RELAÇÕES DESARMÔNICAS.
Caracterizam-se por beneficiar um dos associados e prejudicar o outro.

I) RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS (homotípicas).

a) COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA:
É a relação que se estabelece entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento.

b) CANIBALISMO:
Canibal é o indivíduo que mata e come o outro da mesma espécie.
O canibalismo pode ocorrer em ratos, quando existe falta de espaço.

II) RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS (heterotípicas):

a) COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA:
A competição entre espécies diferentes se estabele quando tais espécies possuem o mesmo habitat e o mesmo nicho ecológico.

b) PREDATISMO:
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie diferente.

c) AMENSALISMO:
Amensalismo é um tipo de associação em que uma espécie, chamada amensal, é inibida no crescimento ou na reprodução por substâncias secretadas por uma outra espécie, chamada inibidora.
A relação pode ser exemplificada pelos dinoflagelados causadores da maré-vermelha.
Outro caso é representado pelos fungos (inibidores) que produzem antibióticos, impedindo o desenvolvimento de bactérias (amensais).

d) PARASITISMO:
Neste caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou no interior de outra, designada hospedeiro. O parasita alimenta-se do hospedeiro, podendo até matá-lo.

Ecologia.

A ecologia estuda os seres vivos sob o ponto de vista das relações que mantêm entre si e com o meio ambiente.

I) Conceito de Ecossistema: conjunto formado por um ambiente físico (abiótico/biótopo) - constituído por fatores químicos ambientais e físicos- e por um abiente vivo (biótico/biocenose).

Os ecossistemas são sistemas EQUILIBRADOS. Assim, por exemplo, um ecossistema consome certa quantidade de gás carbônico e água, enquanto produz um determinado volume de oxigênio e alimento. Qualquer mudança na entrada ou saída desses elementos desequilibra o sistema, alterando a produção de alimento e oxigênio.

BIOSFERA: Conjunto de todos os ecossistemas existentes na Terra.

Conceito da Habitat: termo usado para designar o lugar específico onde o organismo vive, uma espécie de "endereço".

Conceito de Nicho: expressão usada para designar o papel que o organismo exerce no ecossistema, uma espécie de "profissão". A exemplo: hábitos, alimentação, reprodução.
Nicho ecológico é uma característica EXCLUSIVA de cada espécie. Os nichos de duas espécies diferentes podem ser semelhantes, mas NUNCA iguais.

As condições naturais do habitat podem ser reproduzidas; as do nicho nunca. Essa diferenciação tem sudo muito útil, principalmente na manutenção de animais em cativeiro.

Os Níveis de Organização em Ecologia.

POPULAÇÃO: Conjunto de indivíduos da mesma espécie, vivendo juntos no tempo e no espaço.

COMUNIDADE (biocenose): Conjunto de populações de espécies diferentes interdependentes no tempo e no espaço.




II) AS CADEIAS ALIMENTARES.

Cadeia alimentar, ou cadeia trófica, é uma sequência de seres vivos na qual uns comem aqueles que os antecedem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que os seguem. A cadeia mostra a transferência de matéria e energia através de uma série de organismos.

PRODUTORES: O primeiro nível trófica é constituído pelos seres autótrofos, também conhecidos como produtores. São capazes de sintetizar matéria orgânica através de substâncias minerais e fizar a energia luminosa sob a forma de energia química. Os organismos desse nível são as plantas verdes, as cianofíceas (algas azuis) e algumas bactérias, que devido a presença de pigmentos fotossintetizantes (bacterioclorofilas) são capazes de absorver energia luminosa.
As bactérias quimiossintetizantes não utilizam energia luminosa e nem água no seu processo de obtenção de energia, portanto, não sao consideradas produtores.

CONSUMIDORES PRIMÁRIOS: São os organismos que comem os produtores, denominados herbíoros.

CONSUMIDORES SECUNDÁRIOS-TERCIÁRIOS...: São os organismos carnívoros.

DECOMPOSITORES: Finalizando a cadeia trófica, aparecem os decompositores, biorredutores ou saprófagos, microorganismos representados por bactérias e fungos. Tais organismos atacam os cadáveres e os excrementos, decompndo-os. São muito importantes, visto que realizam a reciclagem da matéria, devolvendo os elementos químicos ao meio ambiente.

III) TEIAS ALIMENTARES: Em um ecossistema, as cadeias alimentares interagem formando redes alimentares. Na teia, representamos o máximo de relações tróficas existentes entre os diversos seres vivos do ecossistema e observamos que um animal, por exemplo, pode pertencer a níveis tróficos diferentes. É o caso dos onívoros, que consomem simultaneamente animais e vegetais, e dos carnívoros, que atacam variadas presas.



IV) O FLUXO DE ENERGIA NOS SERES VIVOS.

Características do fluxo energético:
A) O Sol é a fonte de energia para os seres vivos
B) A maior quantidade de energia está nos produtores.
C) À medida que nos afastamos do produtor, o nível energético vai diminuindo.
D) A energia que sai dos seres vivos não é reaproveitada.
E) O fluxo energético é unidirecional

1.1. Produtividade primária bruta-
Produtuvidade primária bruta é a quantidade de compostos orgânicos produzidos pelos vegetais fotossintéticos, por unidade de área e tempo.

1.2- Produtividade primária líquida-
É a produtividade primária bruta menos a quantidade de energia consumida pelo vegetal através da respiração.

Em organismos produtores, a energia primária líquida é a diferença entre a energia primária bruta, energia produzida a partir da fotossíntese, e a energia perdida com a respiração. É possível observar, porém, diferenças entre a eficiência dos produtores de ambientes marinhos e produtores de ambientes terrester. Algas, por exemplo, apresentam maior disponibilidade de nutrientes e menor taxa de consumo; já uma floresta tropical apresenta nutrientes limitados e maiores gastos, devido ao seu porte maior em relação às pequenas algas marinhas.

2.1- Produtividade secundária bruta-
É a quantidade de energia obtida pelos consumidores primários ao comerem os produtores.

2.2- Produtividade secundária líquida-
Trata-se da produtividade secundária bruta menos a energia dispendida na respiração dos consumidores primários.

3.1- Produtividade terciária bruta-
É a energia obtida pelo consumidores secundários ao ingerir os consumidores primários.

3.2- Produtividade terciária líquida-
É a produtividade ternciária bruta menos a energia dispendida na respiração dos consumidores secundários.


V) AS PIRÂMIDES ECOLÓGICAS.
São representações gráficas das cadeias alimentares.

A) Pirâmide de números







Como é possível observar, a superposição dos retângulos em uma pirâmide ecológica de número não segue a uma ordem. Assim, uma única árvore pode ser infestada por 300 pulgões, que por sua vez, são infestados por 800 protozoários. Neste caso, a base da pirâmide (representada pelos produtores) ficaria mais fina, enquanto que os retângulos seguintes (consumidores primários e secundários) seriam mais largos.

A pirâmide de números não tem muito valor descritivo porque dá igual importância aos diversos indivíduos, sem considerar o tamanho e o peso.

B) Pirâmide de biomassa (massa orgânica do ecossistema).



A primeira pirâmide representa um caso típico pirâmide de biomassa, já que geralmente a quantidade de matéria orgânica diminui do produtor até o último consumidor.
Porém, há exceções encontradas em ecossistemas marinhos, em que o FITOPLÂNCTON (algas microscópicas) tem uma biomassa INFERIOR á do ZOOPLÂNCTON (animais microscópicos). mas uma velocidade de renovação (reprodução) muito mais rápida.

A pirâmide de biomassas é melhor do que a pirâmide de números por indicar, para cada nível trófico, a quantidade de matéria viva existente. Contudo, tal pirâmide atribiu a mesma importância aos diversos tecidos, embora tenham valores energéticos diferentes; não leva em conta o fator tempo, uma vez que as biomassas podem ter sido acumuladas em alguns dias, como é o caso do fitoplâncton, ou em centenas de anos, como é o caso das florestas.

C) Pirâmide de energia-
A melhor representação da cadeia alimentar é a pirâmide de energia.
Tal pirâmide apresenta SEMPRE o vértice para cima.

Aparelho Reprodutor Masculino



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fungos.

Os fungos apresentam diversos meios de nutrição. Podem ser saprófagos, em que obtém nutrientes a partir da nutrição de matéria orgânica morta por meio da sua decomposição; parasitas, retirando matéria orgânica do organismo vivo em que se instala, prejudicando-o; ou podem ser simbiontes, mantendo relações mutualistas com outro ser vivo, em que ambos se benificiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem ainda os fungos considerados predadores, que capturam pequenos animais e deles se alimentam.

Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas quebram as moléculas orgânicas em moléculas menores, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.

Os fungos, ao lado das algas, compõem o grupo dos decompositores e exercem papel importante na reciclagem dos nutrientes. A matéria orgânica por eles decomposta volta ao meio ambiente e pode ser reutilizada pelos vegetais, que são a base da cadeia alimentar.

Apesar da grande importância para a natureza, muitos fungos são responsáveis pelo apodrecimento de frutas, de madeira, de tecidos e podem, também, causar doenças às plantas e aos animais, inclusive aos homens. A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungos, que necrosa as folhas das plantas, deixando pontinhos pretos nos locais onde agiu.
Em muitos casos, os fungos parasitas de plantas possuem hifas especializadas- os haustórios- que penetram no interior da célula vegetal utilizando como meio de entrada os estômatos. Das células das plantas, captam a matéria orgânica para a sua nutrição.


Entre os casos mutualísticos, existem àqueles fungos que vivem associados à raízes de plantas, formando as micorrizas (mico= fungos; rizas= raízes). Os fungos degradas matérias do solo e posteriormente os absorve, transferindo-os para a planta, permitindo o seu crescimento sadio. As plantas, por sua vez, fornecem ao fungo matérial orgânico e aminoácidos, necessários para a sua sobrevivência.

Algumas plantas formam micorrizas naturalmente: tomateiro, morangueiro, macieira e as gramíneas em geral.

As micorrizas são muito frequentes, também, em plantas típicas de ambientes com o solo pobre de nutrientes, como o cerrado brasileiro. Nesse caso, as micorrizas significam um importante fator de adaptação, melhorando as condições de nutrição das plantas.

Certos grupos de fungos podem estabelecer relações mutualísticas com as cianobactérias ou com as algas verdes (cianofíceas), dando origem a organismos denominados líquenes.


ECONOMIA.
Muitos fungos são aeróbios, isto é, realizam respiração, outros, porém, são anaeróbios e realizam fermentação.

Alguns fungos que realizam fermentação são utilizados no precesso de fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de preparação do pão. Nesses processos o fungo utilizado pertecene à espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açúcar em alcool etílico e gás carbônico (fermentação alcoólica), na ausência de oxigênio. Na presença de oxigênio, realizam respiração. São, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.

Alguns fungos são usados na indústria de laticínios, empregados, por exemplo, na fabricação do queijo Camembert e Roquefort.

Algumas espécies de fungos são utilizados diretamente como alimento pelo homem. É o caso do popular champignon ou cogumelo, uma das mais amplamente cultivadas no mundo.

DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS.

As micozes são doenças causadas por fungos. As mais comuns aparecem na pele, podendo se manisfestar em qualquer parte do corpo.
As micoses podem afetar também as mucosas, como a da boca. É o caso do sapinho, muito comum em crianças.
Existem também fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador do histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.


Os fungos podem ser unicelulares, como é o caso do Saccharomyces, ou pluricelulares.
Os fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os diferenciam dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: o CORPO DE FRUTIFICAÇÃO (formado a partir do micélio reprodutivo), responsável pela reprodução do fungo, por meio de células reprodutoras especiais- os esporos; e o MICÉLIO, constituído por uma trama de filamentos, em que cada filamento é denominado HIFA.


Na maioria dos fungos a parede celular é complexa e revestida de quitina, a mesma substância do exoesqueleto dos artrópodos.

A carboidrato de reserva da maioria dos fungos é o GLICOGÊNIO, do mesmo modo que acontence com os animais.

REPRODUÇÃO NOS FUNGOS.


reprodução assexuada:
FRAGMENTAÇÃO: É a maneira mais simples de reprodução nos fungos. Um micélio se fragmenta, originando novos micélios.

BROTAMENTO: As leveduras do gênero Sccharomyces cerevisae se reproduzem pro brotamento ou gemulação. Os brotos (gêmulas) podem se destacar do genitor, mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células.

ESPORULAÇÃO: Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação, produzem em abundância, por mitose, esporos, células leves, que são espalhadas pelo meio. Cada esporo é capaz de, ao cair em um ambiente propício, gerar, sozinho, um novo bolor, mofo etc.

Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão em meio líquido. Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são denominados zoosporos.

reprodução sexuada.
Em certos fungos aquáticos há a produção de esporos flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos.

Nos fungos terrestres, a reprodução sexuada se inicia com a fusão de hifas haplóides, caracterizando a plasmogamia ( fusão de citoplasmas). Os núcleos haplóides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental, permanecem separados (fase heterocariótica n+n)

Posteriormente a fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos diplóides que, dividindo-se por meiose, produzem esporos haplóides. Esporos formados por meiose são considerados sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os Líquenes

Os líquenes são associações de ALGAS e FUNGOS. A associação constitui um MUTUALISMO (simbiose), já que é harmônica e os dois seres levam vantagens. As algas realizam fotossíntese e forncem alimento orgânico aos fungos. Estes envolvem as células das algas com suas hifas, protegendo-as, além de formarem os rizóides, que retiram água e nutrientres minerais do substrato.
Os líquenes são vegetais pioneiros, muito resistentes, que vivem sobre rochas, troncos de árvores etc. Quando vivem sobre rochas, produzem ácidos que promovem a sua decomposição, preparando o solo para a vinda de outros vegetais.
A reprodução destes seres é feita assexuadamente, por meio de SORÉDIOS ou PROPÁGULOS, que são verdadeiros fragmentos do corpo do líquen, constituídos por hifas do fungo que envolvem algumas células da alga.
Os sorédios são transportados pelo vento e originam novos líquenes, quando caem em ambientes favoráveis.


Os líquenes, são capazes de sobreviver em diferentes habitats e são muito sensíveis a substâncias tóxicas, particularmente o dióxido de enxofre, sendo, por isso, úteis como indicadores da poluição do ar atmosférico.